caneta amarela que já não escreve,
nem escreveu nada que valesse a pena ser escrito.
se um dia eu escrever o mais bonito dos poemas de amor
que farei com ele se a ninguém o poderei ler ou mostrar?
de que vale o génio da criação,
se o que se cria é criado para ninguém?
ninguém é das palavras poéticas e bonitas a mais solitária de todas.
a solidão pode ter muitas caras, muitas facetas.
a solidão tem algo de poético, algo de decadente, algo de excessivo e de transgressão.
quando estamos sozinhos,
quando ninguém nos vê,
podemos ser, finalmente , nós mesmos.
a solidão é a única forma,
o único momento em que o ser humano é realmente genuíno e,
eu sinto-me cada vez mais verdadeiro.