terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Se fosses tudo eras um Mundo, não eras um Se...

"I was just happy, my manic and I
He couldn't see me

the sun was in his eyes
and birds were singing to calm us down.
And birds were singing to calm us down."
My Manic and I, Alas I Cannot Swim, Laura Marling - 2008

Se eu fosse a Pessoa mais triste do Mundo, escreveria, para sempre, contos sobre os segredos de Tudo. Ficaria sozinho, escondido, camuflado pela minha interminável Imaginação e, ao longe, veria Alguém afastar-se sem nunca Olhar para trás.
Eu, sozinho, a perceber o fim de Nada e a refazer o fim de Tudo. E o Sol não iria estar a arder apesar de ser Verão. Seria antes o Outono imaginário, fora de época e Eu fora de mim, metido comigo mesmo, cabisbaixo.
Os dias correriam a correr por entre letras fugidias e Eu veria Alguém ao longe afastar-se das palavras não ditas, malditas, que ficam sempre por dizer.
Viver nesse alto planalto distante e solitário, subir ao cimo da mais alta Montanha e lá, juntar Letras, inventar Palavras e gritar baixinho o nome de Alguém que não existe. Ao fim do dia com o Sol a pôr-se e a Noite a nascer eu desceria do cimo do Mundo e caminharia por entre sábias Árvores até ao meu Eu sem nunca Olhar para trás...