quarta-feira, 25 de agosto de 2010

(daqui)

noite agreste como a peste que parece entrar para nunca mais sair daqui como se nada fosse ou viesse ou entrasse ou entranhasse porque não conhece, desconhece, desvanece até ao momento em que nasce o dia como a tua face luzidia que sai do primeiro banho da manhã, último da noite escura que acabou sem que te tenha conhecido melhor ou pior, limpa o suor de mais um dia de luta vencida, terminada e perdida para sempre essa amizade que tanto prometia, mas que nunca o chegou a ser verdadeiramente o que quero é fugir daqui por mim e por ti, em ti, para ti tudo o que mereces, tudo o que esqueces ou queres esquecer mas que não consegues porque não consegues querer e, muito menos, crer em mim, que não passo dum assim-assim, dum lusco-fusco amargo e intermitente como a luz que sai de dentro da alma de tanta gente que me rodeia dia-a-dia, verborreia ora sentida, ora esquecida, para sempre ou para nunca o digas se não o queres dizer, mas às vezes é difícil não dizer o que se sente e, manter o sentimento ausente, presente e reluzente, como uma luz escura, que teima em perseguir-me noite e dia, dia e noite agreste como a peste que parece entrar para nunca mais sair (daqui)