domingo, 31 de outubro de 2010

(Gulas) Para quê vir?

Saudades de não poder querer e ter e ter-te aqui comigo seria ou é ou será tudo o que existe ou talvez não.
Vontade de te ter, de não te ter. Vontade de ser parte de ti, do teu ser, do teu olhar brilhante, angustiante e angustiado de amor eterno, verdadeiro como a verdade de eu aqui estar, a orar, a rezar para que tu voltes ou para que o amor volte donde nunca devia ter saído, fugido, foragido, perdido e vencido, ganho.
Estranho sentimento este de instabilidade estável em mim. De ti, não quero nada, nem tudo, só quero. Quero o teu olhar de respeito, admiração, felicidade que nunca saudade de tempos que passaram e que não voltarão a passar como eu nunca morrerei jamais de amor porque o amor não é duradouro, nem eterno, é passageiro como eu sou neste veículo chamado coração. 
Coração guerreiro de batalhas perdidas. Partidas que não passam disso. Partidas sem objectivos, sem rumo. Cem partidas e nenhuma chegada. Mas agora, agora vejo-te chegar, devagar, a ti e ao amor. Amor que se sente mais do que se vê. Amor que não é mas quer ser... o quê!?... mas para quê perguntar porquê se a resposta não existe em nós, nem deve existir, e muito menos preocupar porque o que tu és e nós somos é quase tudo o que existe.
A partir de ti, voltei a existir e depois de mim o que será de ti? Serás melhor? Pior? Igual ou igualmente superior?
Quando o amor acabar, não serás apenas mais uma memória, serás um sorriso que te recorda, uma mão que ainda te sente e uns olhos que brilham postos no horizonte e, para além de tudo o que existe, vou ver-te chegar, de novo, tranquila e segura, feroz e pura, cheia e plena de amor, numa outra longa noite de luar que dessa vez eu não irei deixar terminar...